terça-feira, 24 de setembro de 2013

Soldados da borracha da Amazônia aguardam votação da PEC 566

Proposta já foi adiada duas vezes apenas este ano; decisão será avaliada nesta terça-feira

RIO BRANCO - A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº. 556/2002, relacionada aos soldados da borracha, deve ser votada nesta terça-feira (24). A PEC é a esperança de várias lideranças sindicais e da deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB/AC), uma das representantes do projeto. Com a aprovação, os 12 mil beneficiários (divididos entre soldados, mulheres e filhos portadores de necessidades especiais) receberiam oito salários mínimos, mais o 13º salário. A deputada contabiliza a existência de 11,5 mil soldados na Região Norte, sendo 6 mil no Acre; 3 mil em Rondônia e 2,5 mil no Amazonas.
Estima-se que 30 mil pessoas tenham morrido na Amazônia durante Segunda Guerra Mundial. Foto: Pará HistóricoEstima-se que 30 mil pessoas tenham morrido na Amazônia durante Segunda Guerra Mundial. Foto: Pará Histórico
Perpétua Almeida (PCdoB/AC) acredita que questões da Amazônia não seriam \"interessantes\" aos parlamentares. Foto: Secom/AC
 
 
Perpétua Almeida (PCdoB/AC) acredita que questões da Amazônia não seriam \"interessantes\" aos parlamentares. Foto: Secom/AC



Durante entrevista concedida ao Portal Amazônia, a parlamentar comentou que a proposta já passou por adiamentos duas vezes, apenas este ano. “Sinto que as questões da Amazônia não são pautas principais do Congresso. Os soldados são esquecidos e pouco se faz por elas”, acrescentou.

Entenda a situação
Durante a Segunda Guerra Mundial, aproximadamente 50 mil homens foram convocados pelo Exército Brasileiro para se juntarem aos seringueiros da Amazônia para produzirem borracha. Apenas os que trabalharam junto à fronte de guerra receberam ajuda de custo. 
De acordo com a deputada, apenas na Constituição de 1988, a União teria reconhecido a importância dos soldados. De acordo com Perpétua, a lembrança veio de forma tardia. “Muitos morreram na própria Amazônia. Acredito, inclusive, que à época, morreram cerca de 30 mil pessoas pelas próprias condições adversas do local. O único benefício que tiveram direito, pelo INSS [Instituto Nacional do Seguro Social], é um valor pouco superior a dois salários mínimos”, informou a parlamentar.
Almeida mencionou, ainda, que a mortalidade preocupa entre a categoria. “Dos 26 soldados que levei para a bancada, em 2012, para tentar sensibilizar, três já faleceram”, disse emocionada.
A parlamentar não escondeu a revolta ao revelar que todos, menos o líder do governo na Câmara Federal, Arlindo Chinaglia (PT/SP), terem demonstrado intenção em votar a PEC. “O que precisamos é sensibilizar o Brasil para que essas pessoas se tornem heróis”, destacou.

Portal Amazônia

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