quarta-feira, 10 de junho de 2015

CBA: UM CRIME CONTRA A CIÊNCIA NA AMAZÔNIA



Que diabo de País é esse, e que diabo de Estado é esse, minha gente? O Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) foi inaugurado em 2004. Seu propósito é altamente estratégico para o Amazonas e a Amazônia: Transformar pesquisa em código de barras, ou seja, transformar matérias-primas da região em produtos que ganhem o Brasil e o mundo e gerem riqueza. Ao longo dos últimos 11 anos, por meio de convênios, projetos e bolsistas, estruturaram-se 25 laboratórios, alguns dos quais sem similaridade na América Latina. Com parcerias diversas, foram gastos em torno de R$ 100 milhões nesse período. Por lá passaram pesquisadores brasileiros de ponta em agronomia, botânica, fármacos, biologia, química... Mas foram embora, porque nunca passaram da condição de bolsistas, uma vez que o CBA, até hoje (É um escândalo!), não tem personalidade jurídica, é apenas uma espécie de puxadinho da Suframa, sem nenhuma autonomia. Pois nesta quinta-feira, expirado o último convênio que vinha mantendo os últimos 48 pesquisadores em seus laboratórios, o CBA fechará as portas. Trata-se de um desfecho que chega a ser criminoso e, ao mesmo tempo, um deboche com recursos públicos. Culpa de quem? Do Governo Federal, via Ministério da Indústria e Comércio, que nunca buscou, com zelo e determinação, resolver um problema que não representa nenhum desafio extraordinário. Culpa dos governantes do Estado, que nunca compraram para si o desafio de fazer o CBA funcionar como deveria. Culpa dos parlamentares do Amazonas, a maioria quase absoluta dos quais sequer faz ideia pra que serve o CBA e muito menos de sua enorme importância estratégica para a economia e o desenvolvimento do Amazonas e da Amazônia. Mas o que esperar de um estado que, a pretexto de “economizar”, extingue sua Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, que, em atos isolados e mesmo sem apoio político maior, fez sucessivas gestões para dar vida plena ao CBA? Estamos diante de mais um gigantesco passo rumo ao atraso e à obscuridade. Mais do que triste: trágico.

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