sábado, 29 de julho de 2017

O Amor é um Fogo que Arde sem se Ver




O autor de “Os Lusíadas” descendia, pela via paterna, de Vasco Pires de Camões, trovador galego que se transferiu para Portugal em 1370. Entre os seus antepassados conta-se Antão Vaz de Camões, filho do trovador Vasco Pires de Camões, o qual veio a casar com D. Guiomar da Gama, fidalga aparentada do grande navegador Vasco da Gama. Deles descendem Simão Vaz de Camões que serviu na Marinha Real e fez comércio na Guiné e na Índia e Bento Vaz de Camões que ingressou no Mosteiro de Santa Cruz dos Agostinhos.
Simão Vaz de Camões casou com D. Ana Sá de Macedo de cuja ligação nasceu Luís Vaz de Camões. Desconhece-se em rigor a data e o local do seu nascimento, presumindo-se que tenha sido em Lisboa, em 1524. As suas ligações à região de Santarém provêm do lado materno.


Amor é um Fogo que Arde sem se Ver

Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?


Luís Vaz de Camões

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